“…o Barbarigo foi o primeiro submarino atacado pela Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Até o final do conflito no Atlântico Sul, 11 deles foram afundados em cerca de 15 mil missões de patrulha.”
A batalha contra o Barbarigo!
A Força Aérea Brasileira atuou com duas unidades aéreas, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), tão conhecido como o Senta Pua! e a Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO). Um dos pontos marcantes da participação da FAB foi a missão junto aos aliados contra um submarino no Atlântico Sul! O submarino era o Barbarigo, da Regia Marina da Itália. Com 73 metros de comprimento, velocidade de até 30 km/h, 2 canhões de 100mm, 4 metralhadoras e 8 tubos para lançamento de torpedos, o Barbarigo foi o primeiro submarino atacado pela Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Até o final do conflito no Atlântico Sul, 11 deles foram afundados em cerca de 15 mil missões de patrulha.
No dia 22 de abril de 1945, num único dia, os pilotos da FAB realizaram 11 missões, na data que simboliza a Aviação de Caça Brasileira. Voaram duas, até três vezes, em intervalos de poucas horas, sob fogo inimigo e enfrentando grande desgaste físico – um piloto perdia dois quilos em uma missão de duas horas de duração.
"Em muitas ocasiões, como comandante do 350th Fighter Group, eu fui obrigado a mantêlos no chão quando insistiam em continuar voando, porque eu acreditava que eles já haviam ultrapassado os limites de sua resistência física.”
As palavras são do Major General Nielsen, ex-comandante da unidade americana à qual os pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB) estavam subordinados na Itália. O comentário faz parte do pedido para que o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) recebesse a Citação Presidencial Americana – apenas três unidades estrangeiras possuem a comenda.
Os brasileiros entraram em combate no final de 1944 e participaram, no início do ano seguinte, da ofensiva de primavera – um grande esforço aliado para acabar com o conflito na Europa.
Ao mesmo tempo em que conquistavam resultados expressivos, o Grupo de Caça perdia em média três pilotos por mês – média igual à da Força Aérea Americana (USAF), incluindo pilotos abatidos e mortos, desaparecidos e capturados.
Às vésperas do dia 22 de abril, em muitas ocasiões, como comandante os pilotos brasileiros tiveram de tomar uma importante decisão diante das sucessivas baixas: o 1º Grupo de Caça deixaria de existir, com seus pilotos e mecânicos distribuídos nos demais esquadrões aliados, ou continuariam lutando, com um número maior de voos por dia, arriscando mais a vida, mas como uma unidade brasileira.
“Só quem esteve em combate sabe o que é voar mais de uma missão no mesmo dia”, recorda o Major-Brigadeiro-do-Ar Rui Moreira Lima, veterano do Grupo de Caça e autor do livro “Senta a Púa!”. Decidiram lutar mais.
Engana-se quem pensa que o esforço acabou ali. Por mais três dias, os pilotos brasileiros voaram dez missões diárias. O 22 de abril é até hoje o Dia da Aviação de Caça.